Faz um tempo que percebi um movimento: vários amigos começaram a trabalhar de casa. Publicitários, designers, editores de vídeo, profissionais de TI. Ainda era um número pequeno de pessoas, mas ano a ano ele vinha aumentando. Algum bom motivo deveria existir.
Corta.
Março de 2020. Quarentena. Lockdown. Praticamente do dia para a noite empresas do mundo todo tiveram que se reorganizar. Os escritórios e as ruas ficaram vazios e as casas cheias.
Sem um planejamento prévio na imensa maioria dos casos, o baque foi grande.
Poucas pessoas tinham um espaço adequado e os equipamentos necessários para trabalhar de maneira confortável nas suas casas. Sem falar nos pais que precisaram conciliar o trabalho com uma rotina familiar mais intensa e demandante do que nunca. Além de milhões de pessoas que infelizmente não tinham opção e acabaram perdendo o emprego.
As empresas também não estavam acostumadas — e nem prontas para esse momento. Muitas não sabiam administrar sua equipe à distância. As demandas e a carga horária variaram entre pesadíssimas em alguns casos para ociosas em outros.
Mas passado praticamente um ano desse novo normal, deu tempo para quase todas as melancias se ajeitarem, como diz o ditado.
E, bom, cada vez mais entendo os amigos (e as empresas!) que migraram para esse modelo de trabalho.
Na Talk2U, trabalhamos com OKRs e sprints quinzenais. Isso significa que a gente tem uma visão de longo prazo e sabe o que precisa fazer no curto prazo.
Eu sei quais são minhas tarefas. Eu cumpro um horário, mas tenho flexibilidade. E trabalhando de casa, isso faz muita diferença. Porque posso me organizar para fazer o almoço (dia sim, dia não), uma pausa revigorante na tarde (e não simplesmente parar, tomar um café e seguir na loucura do dia a dia), brincar com a Nina (a salsicha mais querida do mundo) e até tocar um violão (o violão é um grande amigo e volta e meia alguma coisa se resolve na cabeça enquanto toco uma música qualquer).
É claro que a distância também traz algumas situações um pouco estranhas. “Todo mundo está vendo minha tela?” virou um mantra. Aquela apresentação que você dedicou um tempão, agora é recebida em absoluto silêncio (tá todo mundo mutado, só te ouvindo!). Mas a bem da verdade, seja em tempos pandêmicos ou não, aqui na Talk2U as reuniões com clientes e parceiros aconteceriam por vídeo-chamadas de qualquer maneira. Tem gente na Argentina, no Brasil, na Inglaterra, nos Estados Unidos, na China e em muitos outros lugares do mundo.
Abro um pequeno parênteses. Muito mais interessante do que fazer reuniões com pessoas de diferentes países, é ver como as nossas chat stories seguem viajando com escalas incríveis. E sim, elas chegam nas capitais e grandes cidades, mas é especialmente lindo ver como abrimos conversas nos rincões mais distantes e remotos, levando um tipo de entretenimento gratuito que também informa e gera mudanças positivas no comportamento dos jovens dessas comunidades. Além de, é claro, nós também aprendermos muito a cada comentário e resposta que recebemos.
Para encerrar, é inegável que a pandemia afetou nosso dia a dia, abalou nossa saúde mental e, pior, deixou um número enorme de vítimas. Mas ao mesmo tempo — e ainda privado de um convívio familiar mais intenso e de atividades de lazer — eu estou muito feliz com a minha rotina de hoje.
E curiosidade: aparentemente não sou só eu. Segundo essa pesquisa encomendada pela IBM em oito países, as pessoas querem continuar trabalhando remotamente, seja exclusivamente assim, na maioria do tempo ou ocasionalmente.
Mesmo com a maioria da população experimentando o modelo de trabalho remoto nas piores circunstâncias possíveis, ele está aprovado. Quando essa pandemia passar — e todas as limitações que ela nos traz — trabalhar de casa ficará melhor e esses números provavelmente irão crescer.
Cada empresa tem as suas particularidades, e não sou eu quem vai dizer como cada um deve agir. Mas aqui na Talk2U, essa equação está funcionando muito bem. A cada dia que trabalhamos de casa, conversamos com mais gente ao redor do mundo.
